terça-feira, 12 de abril de 2011

SANTA QUITÉRIA: EQUIPE DE UM FILME NACIONAL GRAVA CENAS EM TRAPIÁ.

                                 
           
Neste final de semana os moradores de Trapiá distrito de Santa Quitéria, foram surpreendidos com a chegada de uma equipe de filmagem sobre a direção do cineasta  Pedro Lacerda, para gravar algumas cenas do filme nacional ''Vidas Vazias e as Horas Mortas.

Segundo Pedro, o cenário para algumas cenas do filme acontecer em Trapiá, teria sido uma indicação do empresário  da TV Canal 27,  Asa Norte, Brasília DF - Thieres Pinto de Mesquita(Thierizinho), filho do ditrito e amigo da equipe que veio ao ceará para concluírem este grande filme.

As gravações que foram realizadas em Trapiá, por todo este final de semana, contam o seguinte:

A história e o drama familiar:

Para iniciar nossa conversa, gostaríamos de chamar a atenção de todos para o fato de que, muito embora, boa parte de nossos argumentos estejam embasados na construção de Brasília, a idéia de erguer uma nova capital no Centro-Oeste brasileiro não é algo assim tão recente, como vamos mostrar a seguir. Ao contrário, o início da primeira idéia já remonta mais de dois séculos. Senão vejamos: Em 1761 o Marquês de Pombal, por motivos políticos, lança uma idéia aparentemente fora do lugar: erguer uma nova capital de Portugal no sertão, a meio caminho da África e das Índias. Já em 1789 os inconfidentes associam a luta pela Independência do Brasil à mudança da capital do Rio de Janeiro para a cidade mineira de São João Del Rey. Em 1813 com sucessivos artigos no Correio Braziliense, editado em Londres, o jornalista Hipólito José da Costa tenta empolgar a opinião pública com a idéia da construção de uma nova capital no interior. Enquanto isso, em 1883 na cidadezinha de Belcchi, na Itália, o padre Salesiano João Bosco fala de um sonho-visão: “No Brasil, entre os paralelos 15º e 20º surgiria uma grande civilização, a Terra Prometida, onde correria leite e mel”. Exatamente aí que se daria mais tarde a construção de Brasília. Logo a seguir a esses fatos, em 1891, a primeira Constituição da República estabelece, em seu artigo terceiro: “Fica pertencente à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.40 quilômetros quadrados, será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal”. No ano seguinte, em 1892, Floriano Peixoto constituiu a Comissão exploradora do Planalto Central do Brasil, sob a chefia do cientista Luís Cruls, diretor do observatório Astronômico do Rio de Janeiro, para estudar e demarcar a área do Distrito Federal. Imediatamente, no ano posterior em 1893, é editado um mapa do Brasil, tendo, no Planalto de Goiás, um retângulo com a inscrição: “Futuro Distrito Federal”.

Em 1955, Juscelino Kubitschek é eleito Presidente da República. É aí, então, que a idéia da construção da nova capital toma de fato, corpo e forma. Juscelino, ainda em campanha, apresenta uma plataforma eleitoral aparentemente impossível de ser cumprida: avançar 50 anos em 5, criar a indústria automobilística brasileira e realizar a sua maior façanha, construir Brasília, a nova Capital da República do Brasil, em tempo recorde. E tudo isso durante um único mandato de 5 anos.

Mas como fazer isso? Como construir uma cidade em tão curto espaço de tempo? Como fazer tudo isso agora, se essa idéia já vinha sendo engendrada e costurada há mais de dois séculos? Como começar uma cidade do marco zero e, em apenas 5 anos, entregar tudo pronto? Como? Isso, só Ele podia responder! Apenas ele sabia como fazer tudo isso. E, certamente, sabia também que para cumprir o prometido não poderia perder mais tempo, por isso ordenou que a obra tivesse início imediato.

Sem demora, até nos rincões mais distantes, muitos deixaram pra trás suas famílias e se deslocaram para o Centro-Oeste brasileiro para se juntarem a Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Lúcio Costa, Israel Pinheiro e outros tantos milhares de brasileiros, que pretendiam operar o grande milagre da construção da nova capital. Uma cidade de concreto aparente, de vidros espelhados, de espaços sem fim e de total liberdade. Com uma luz tão forte que chega a cansar a retina de quem a observa. Até o olho de quem a vê está sempre meio aberto e meio fechado, em razão da sua inebriante luminosidade. Nesta cidade tudo reluz. Tudo reflete.

Portanto, o que se apresentou para nos induzir a propor este filme assim, foi justamente o poder da criação. É o milagre da construção de Brasília que dá sentido a este filme. Queremos falar da construção, mas carecemos falar também da desconstrução. Queremos revelar tudo que ainda estiver velado. Jogar tudo por terra.

E temos mil razões para isso! Já pensaram, quantos trabalhadores não retornaram aos seus lares quando essa obra teve fim? Quantas famílias lá no Ceará, em Minas, no Piauí, na Bahia, no próprio estado de Goiás, e em tantos outros Estados, não puderam jamais rever os seus entes queridos?

Pois bem, para finalizar a apresentação desses nossos argumentos, pretendemos falar da desconstrução de uma família, mais especificamente, de uma em particular: a família do nosso personagem principal. Mas, a maior tragédia ainda está para ser revelada. Ocorre que, passados quase quarenta anos desde o início da construção de Brasília, José, o nosso personagem principal, atendendo a um pedido do pai, deixa tudo pra trás lá no sertão cearense e vem a Brasília tentar encontrar os dois irmãos mais velhos que estão desaparecidos.

Mas a cidade está enorme. Agora é uma metrópole. Como fazer isso? Para complicar a sua missão, no mesmo dia em que chega a Brasília é assaltado. Fica sem documentos e sem dinheiro. Para piorar, a polícia começa a ficar em seu encalço. Logo um homem misterioso de nome Pontaria se aproximará dele e aos poucos o levará a conhecer um outro mundo, onde é o mal que comanda tudo e a todos. Onde o tráfico de armas, a corrupção policial de todos os tipos, e assassinos de vários estilos e matizes reinam à vontade. Pois bem: todos tem o seu inferno. José vai encontrar o seu. Maktub!

Fonte: www.vidasvaziaseashorasmortas.com/pl07_curri_dir.html

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